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Foto do escritorTiely Queen

Uma grafiteira no Afeganistão.

Shamsia Hassani em meio à uma Guerra que arma os homens, silencia as mulheres, persegue, oprime e extermina quem discorda das leis Talibãs.



Quando se trata de luta embasada no radicalismo religioso, historicamente as pessoas que mais sofrem sempre foram as mulheres, em qualquer parte do mundo.

E isso não é diferente nos dias atuais, basta ligar a TV ou acessar alguma página na internet e nos depararmos com a crueldade, intolerância e desumanidade como as mulheres são tratadas.





Nesse sentido, como nós já sabemos, uma forma de combater a violência gerada pelas guerras, perseguições, preconceitos, etc... é através da arte, e nossa personagem hoje é a jovem artista Shamsia Hassani.








Shamsia nasceu em abril de 1988, é a primeira mulher grafiteira do Afeganistão. Suas obras além de retratar as mulheres, mostra uma sociedade de homens radicais que segue dogmas religiosos com base

no livro sagrado Alcorão que, a partir de uma literalidade distorcida de seus escritos evocam um radicalismo mortal onde uma grande parcela de homens ( os Talibãs ) acabam apagando a autonomia e o protagonismo das mulheres e meninas afegãs, impedindo-as de gozar da própria liberdade e realizar ações que para o resto do mundo são situações simples, tais como:


estudar, dirigir um carro, ou caminhar pela cidade com qualquer modelo de roupa, sem correr o risco de ser alvejada com uma rajada de metralhadora.




Mas contra quem se luta?

A luta é contra os Estudantes, sim, estudantes é a tradução da palavra Talibã (palavra em pashto, uma língua falada no Afeganistão)!

O grupo radical formado inicialmente por estudantes em 1979 no final da invasão soviética e que traziam em suas interpretações nos estudos do livro sagrado Alcorão uma rígida literalidade mortal para a população, principalmente para mulheres e crianças, com leis mais repressivas e violentas.




"Sua arte dá às mulheres afegãs um rosto diferente, um rosto com poder, ambições e vontade de atingir objetivos. A personagem feminina usada em suas obras retrata um ser humano que se orgulha, fala alto e pode trazer mudanças positivas para a vida das pessoas. Durante a última década do pós-guerra no Afeganistão, as obras de Shamsia trouxeram uma enorme onda de cor e apreço a todas as mulheres do país." (Fonte: Site da Artista)


As obras de Shamsia servem de inspiração para inúmeras mulheres e crianças não só no Afeganistão mas em todo o mundo. Motivando através da arte e da criatividade. Ela motivou centenas de afegãos a trazer sua criatividade através do festival de graffiti, com aulas de arte e exposições em diferentes países ao redor do mundo.




Conheça um pouco mais sobre o festival de graffiti Kabul's Female Graffiti Master que a Shamsia organizou, potencializando e elevando a arte e a cultura de rua afegã, uma forma de resistência onde a lata de tinta, construções tomadas de munição de fundo e a criatividade são a devolutiva para o que tantas mulheres e crianças são obrigadas a passar no país. E agora muito mais com a invasão afegã que tomou o território obrigando Shamsia a fugir sem deixar rastros, pois a perseguição contra ela e a tantas outras que produz cultura de protesto é um fato.


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